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27 abril 2011

13 ANOS




Muito me impressiona a juventude de hoje e principalmente a infância. Com cortes drásticos no tempo de cada um, das coisas nas horas certas, nas idades certas, enfim, isso me leva  a pensar que ou essa situação é realmente preocupante ou eu sou careta demais, pois faço parte dela e não a compreendo.
Quantas meninas de 12, 13 anos eu vejo de “agarramento” na porta da escola? Bêbadas nas festas e topando “ficar” com qualquer bonitinho facilmente. Elas tanto são novas para tudo isso que fazem essas coisas sem saber que é horrível aos olhos de todos que tenham um pouco mais de maturidade e que garotos que realmente valem a pena acham tudo isso lamentável. E  são essas crianças de 13 anos que mantém toda a postura de mais velhas com direito a saltos altíssimos e maquiagens pesadas, que tem certeza de que a infância está perdida e que as meninas um ano mais novas que elas estão desorientadas. Na verdade, elas também sofreram a perda.
Existe hoje, não sei ao certo de onde saiu, mas está rolando na Internet o seguinte texto:
“Sandálias da Barbie viraram crocs. Rouge, Backstreet Boys e Felipe Dylon viraram Restart e Justin Bieber . Tamagoshi virou um iPhone. Beijar na boca e falar de sexo, agora é uma coisa natural para crianças de nove anos. Meninas de oito fazem progressiva e pintam o cabelo. Ao invés de assistirem TV Globinho e Nickelodeon, as crianças vão pra internet. Meninos e meninas não tem nojo entre si, eles se agarram como se tivessem 16 anos de idade. Coisas que eu só fui entender quando eu tinha 12 anos, crianças de 7 entendem na maior naturalidade. Eu pulava corda, brincava de pique-pega, pique tudo que vinha à mente. Não sabia coisa de gente grande, e tenho a maior felicidade de dizer que minha infância foi muito melhor do que a dessas crianças vai ser algum dia.” (http://gabrielcezar.tumblr.com)
Esse mesmo textinho é encontrado facilmente nas páginas de relacionamentos das pré-adolescentes, ninguém com mais de quinze anos o tem exibido na sua descrição pessoal do Orkut ou  Facebook. O  que é irônico pois até a 5º frase, elas se descrevem de fato, já nas seguintes, lamentam por aqueles que vivem esse problema pois não tiveram a infância que elas julgam ter tido.
Infelizmente algumas crianças são obrigadas a amadurecer mais rápido, mais cedo por conta de perdas, separações, situações pesadas e problemas familiares. Mas geralmente não são essas que tem esse tipo de atitude precoce. São justamente aquelas imaturas e no fundo inocentes que aderem a esse comportamento. Talvez devido a televisão: novelas, inclusive as que se dizem jovens, noticiários e Internet muitas vezes mostram uma realidade que não é de criança, mas se a criança assiste com certeza vai querer viver aquilo.
      Propagandas as fazem se preocupar com coisas que elas não precisam como a aparência, cabelo e maquiagem. Tudo isso afeta muito o crescimento e a formação de valores de alguém que está montando sua personalidade.
Pais e Mães ficam cegos na maioria das vezes pois reprimem esse tipo de atitude mas não sabem que seus próprios filhos as vezes as tem. Outras vezes os pais vêem tudo isso acontecer na sua frente mas acham lindo e dizem “ela já está uma mulher, outro dia era uma criancinha”.
Falta controle dos pais sobre o que seus filhos estão assistindo, com que tipo de pessoa eles andam, o que se passa nas páginas da Internet que eles frequentam. Falta dedicação na passagem de valores, no ensinamento dos modos e da postura esperada de uma menina, de um menino. Falta ensinar que  tem que se amar, aceitar o corpo, o cabelo tudo do jeito que é, pois nada vai adiantar se aquele bonitinho que ela “ficou” na semana passada achou ela linda. E o mais importante que muito falta ser ensinado: A se valorizar. Não se pode esquecer de que essas meninas novas que tem corpão cada vez mais cedo não vão fragilizar os meninos mais velhos que estão só “curtindo” porque elas tem 13 anos.


Um comentário:

Denilson Botelho disse...

Bacana ver que você teve infância e hoje percebe que muitas crianças estão tendo sua infância encurtada, reduzida ou mesmo amputada. Uma lástima!
Parece que a infância agora termina mais cedo, aos 8 ou 9 anos de idade, e daí estamos na pré-adolescência, que de pré tem muito pouco.
Grave nisso tudo é a omissão e conivência dos pais. A eles caberia dar os limites e orientar, ou transmitir valores - como você diz -, mas parecem ocupados demais com as próprias vidas e cada vez mais distantes dos filhos...