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POEMA

(PARODIA)
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo da Justiça
Lá tenho tudo que desejo
Tenho e sempre terei.


Vou me embora pra Pasárgada
Lá serei muito mais feliz.


Aqui a falta da impunidade é tanta
Que Joana a Louca da Espanha
Seria considerada santa


Meditaria em campos verdes
Conversaria com flores ao meu redor
Cochilaria sob arvores


Jamais me cansaria de tamanha alegria
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá a fome é inexistente
A droga, não é procurada.
A solidariedade é praticada.
Palavras torpes não são pronunciadas.


Pessoas são educadas
A existência é bordada de lã
Telefone móvel é coisa banal
Tem crianças que vivem como crianças
Brincando que pique


Em Pasárgada o sistema de cárcere não precisa funcionar.
Lá a violência é desconhecida e todos saem sem se preocupar.


Aqui só há muita gente chorando
Outras no hospital
Muitos morrem de frio outros vendem jornal
Muitas pessoas catando lixão passando o dia inteiro sem solução.


Vou me embora pra Pasárgada


Lá há solução pra tudo
Ninguém morre de frio
Ninguém vende jornal
Lá a esperança é imortal.


Vou-me embora pra Pasárgada
Pois lá minha felicidade é certa
Lá sim é meu lugar.


Vou-me embora pra Pasárgada lá sou amigo da justiça.


Vou-me embora pra Pasárgada.